Com esculturas e pinturas de diferentes estilos, Marco abre 2ª Temporada de Exposições

ZeroUmInforma/Arte e Cultura –   Em quatro mostras de estilos e inspirações plurais, o Museu de Arte Contemporânea (Marco) – unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul – lança no dia 19 de julho (quarta), às 19h30, sua 2ª Temporada de Exposições de 2017. As obras ficam em exposição até 17 de setembro e a entrada é franca.

 

A Temporada é composta pelas mostras “Primitivos”, uma coletiva de Agnes Rodrigues, Ana Luiza Martins, Anelise Godoy, Antônio Lima, Cecílio Vera, Lúcio Larangeira e Patrícia Helney (Campo Grande), “A Voz do Silêncio”, com esculturas de Aldo Torres (Campo Grande), “Do lado de cá, do lado de lá”, com pinturas executadas por Eugênia França (Contagem-MG) e “Cadafalso”, que também apresenta telas produzidas por Alessandra Cunha (Uberlândia- MG).

 

coletiva Primitivos é um mosaico da arte Naif que representa elementos sul-mato-grossenses como o Pantanal, o Cerrado e a Fronteira. Nas telas, as práticas culturais desses espaços afloram e se expressam por meio de suas singularidades. Ganham o primeiro plano as festas populares, as atividades de lazer, as práticas religiosas, o cotidiano do trabalho, o encantamento com a natureza e o alerta contra os perigos que a ameaçam.

Acervo / Ana Luiza Martins

 

São instantâneos históricos e, como tal, registros da memória cultural. Logo, ajudam a desvelar quem são os sul-mato-grossenses a partir do olhar da técnica Naif, reconhecida como a “arte ingênua”. A mostra de Agnes Rodrigues, Ana Luiza Martins, Anelise Godoy, Antonio Lima, Cecílio Vera, Lúcio Laranjeira e Patrícia Helney é uma forma de tornar acessível ao público em geral esta produção e visão artística.

Acervo / Antonio Lima

 

Em A Voz do Silêncio, Aldo Torres apresenta esculturas e composições de variadas dimensões. “Me inspirei na infância, quando fazíamos brinquedo unindo mangas verdes com pequenos galhos secos de goiabeira, fazendo uma boiada”. O artista utiliza madeira reciclada e transforma tacos de sinuca descartados, bengalas e baquetas quebradas em arte.

 

“Há cerca de dez anos, estando na situação de morador de rua, trabalhei minhas primeiras obras utilizando um pedaço de taco de sinuca. Desta época, me sobrou apenas uma. Após ter uma casa, tive a oportunidade de dar um acabamento melhor e lhe dei o nome de “Torre Humana”.

Acervo / Aldo Torres

 

As obras “Composição Losangeliana”, “Sociedade Desinteressada” e “Vivendo em uma Sociedade Líquida” seguem princípios de esculturas efêmeras, pois sofrem a ação de fungos. A última delas está se deteriorando dentro de uma garrafa de cachaça. Diferente de outras exposições do artista, as obras foram feitas para serem vistas separadamente, não há conexão entre uma e outra peça.

Acervo / Aldo Torres

 

Na mostra Do Lado de Cá, do Lado Lá, Eugênia França reúne pinturas que discutem capitalismo e humanidade. “A exposição propõe levantar uma discussão acerca do lugar que ocupamos na sociedade em que vivemos. Geralmente não questionamos, o que acaba refletindo nas escolhas, nos papéis desempenhados”, explica.

Acervo / Eugênia França

 

A principal matéria-prima utilizada foram lonas velhas de caminhões. No suporte reciclado, ela eterniza vestígios, rastros e histórias de crianças excluídas. Nas imagens expostas, meninas de periferia e os brinquedos que possuem. “A reflexão que quero incitar é a partir do estranhamento causado pelas bonecas decrépitas”. Para a artista, o capitalismo exclui mais que objetos obsoletos.

Acervo / Eugênia França

 

Cadafalso é um conjunto de pinturas de Alessandra Cunha criadas com a urgência de se tratar de um assunto sempre presente na sociedade: o machismo. Em um momento em que o feminismo se ergue forte nas manifestações de desejo de igualdade, homens e mulheres começam a perceber e lutar para dar um basta nas violências.

Acervo / Alessandra Cunha

 

As pinturas elaboradas com algodão cru costurados sobre mdf chamam atenção a uma certa “ditadura do falo”, onde o órgão sexual masculino parece reinar e se impor de forma violenta e arbitraria. “Em minhas pinturas há um grito colorido e até doloroso pautado pelos contrastes e vibrações. Os símbolos nesta série são explícitos, chocantes, desejosos de um impacto reflexivo. Minha arte é formada por turbulentas imagens para causar um silêncio no observador”, explica.

Acervo / Alessandra Cunha

 

 

A Segunda Temporada de Exposições 2017 do Museu de Arte Contemporânea estará aberta à visitação de terça a sexta, das 7h30 às 17h30. Sábados, domingos e feriados das 14h às 18 horas. As mostras permanecem no Marco até o dia 17 de setembro. Sempre com entrada franca.

 

Para mais informações e agendamento com escolas para a realização de visitas mediadas com as arte educadoras do Programa Educativo, basta ligar no telefone (67) 3326-7449.

 

O Museu de Arte Contemporânea fica na Rua Antônio Maria Coelho, nº 6000, no Parque das Nações Indígenas.