Brasil leva 34 autores à 37ª edição do Salão do Livro de Paris, que começa nesta sexta-feira

livreZeroUmInforma/ArteECultura – O publicitário, poeta e escritor Henrique Medeiros, de Campo Grande, participa na capital francesa da 37ª edição do Salão Livro de Paris, que terá início nesta sexta-feira, reunindo três mil escritores e escritoras do mundo todo na maior feira literária da França. O secretário de Economia da Cultura do Ministério da Cultura (MinC), Mansur Bassit, estará presente no evento representando o MinC, e o Brasil contará com estande ao lado do pavilhão de honra do Marrocos – país homenageado em 2017.

Este ano, o Ministério das Relações Exteriores levará 34 autores brasileiros que participarão das atividades, oficinas e debates previstos para o Salão. A expectativa é que nos quatro dias de duração do evento circulem cerca de 150 mil pessoas.

Único país a ter sido duas vezes o convidado de honra do evento, em 1998 (quando delegação de 38 autores esteve presente) e em 2015 (quando 48 escritores foram oficialmente convidados), o Brasil vem desde 2012 participando ininterruptamente do Salão do Livro. Para esta edição, a Embaixada brasileira em Paris oferecerá ampla programação literária, com cerca de 40 atividades, entre sessões de dedicatórias, mesas-redondas, conferências e leituras.

Programa de bolsa tradução

Na avaliação do secretário da Economia da Cultura do MinC, o Salão do Livro de Paris é uma das feiras literárias mais importantes que o Brasil participa. “Em 2015, tive a honra de participar do Salão como presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) quando o Brasil foi homenageado. De um modo geral, nossos autores têm uma boa circulação no mercado francês”, afirmou Bassit, que foi diretor-executivo da Câmara Brasileira do Livro por seis anos.

Para o secretário, o programa de bolsa tradução da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) – instutição vinculada ao MinC que assegura a publicação de vários conteúdos nacionais em diversos idiomas, inclusive o francês – é um dos principais responsáveis pela difusão da produção literária brasileira no exterior. “As bolsas facilitam a comercialização dos livros no mercado francês, o que ajuda a popularizar nossa literatura. Hoje, não raro, encontramos muitos estudantes franceses estudando Letras-Português. Todos esses fatores reunidos mostram a importância desses laços econômicos e literários entre Brasil e França. Além de reforçar todo o peso que o Salão do Livro tem na divulgação dos nossos autores”, ressaltou.

Pelo programa, já foram traduzidos para o francês 105 livros de autores nacionais e sete estão em andamento. Entre os autores traduzidos estão Graciliano Ramos, Lygia Bojunga, Moacyr Scliar, Rachel de Queiroz, Ana Maria Machado, Ariano Suassuna, Carlos Heitor Cony, Euclides da Cunha, Hermano Vianna, Jô Soares, entre outros. A comercialização é feita por editoras de língua francesa por meio de distribuidores, livrarias e pontos de venda em  seus países. Exemplares das obras apoiadas são enviados à Biblioteca Nacional, e boa parte das editoras publica as traduções em meio digital também.

A Biblioteca Nacional do Brasil, considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, é também a maior biblioteca da América Latina. O núcleo original de seu poderoso acervo calculado hoje em cerca de nove milhões de itens é a antiga livraria de D. José organizada sob a inspiração de Diogo Barbosa Machado, Abade de Santo Adrião de Sever, para substituir a Livraria Real, cuja origem remontava às coleções de livros de D. João I e de seu filho D. Duarte, e que foi consumida pelo incêndio que se seguiu ao terremoto de Lisboa de 1º de novembro de 1755.

Economia da Cultura

A geração de negócios no Salão do Livro de Paris, segundo Bassit, se dá à medida que se amplia a difusão dos livros brasileiros em língua francesa. A ida de autores do Brasil e a participação destes nas inúmeras atividades durante o evento também contribuem para que a literatura produzida aqui ganhe destaque.

O secretário de Economia da Cultura do MinC acredita que a presença do Brasil na feira é impulsionada ainda pela participação de integrantes da Academia Brasileira de Letras (ABL) e de professores da Universidade Paris-Sorbonne – grandes incentivadores de nossa cultura antes do Salão do Livro e depois com a realização da Primavera Literária. “Tem um movimento grande da cultura brasileira, especialmente na literatura e no cinema. Como secretário da Economia da Cultura não posso deixar de enfatizar que muitos outros setores culturais do nosso País são muito bem recebidos na França”, declarou.

Escritores presentes

Participarão do Salão, no estande da Embaixada brasileira os escritores: Antonio Salvador, Domício Proença Filho, Estevão Azevedo, Fabio Pereira Ribeiro,Flávio Goldman, Franklin Carvalho, Godofredo de Oliveira Neto, Henrique de Medeiros (Mato Grosso do Sul), Henrique Rodrigues,Julia Wähman, Luisa Geisler, Marcelo Maluf, Marcelo Marinho, Marcelo Moutinho, Marcia Tiburi, Marco Guimarães, Marcos Peres, Mario Rodrigues, Marta Barcellos, Mazé Chotil, Mickael de Oliveira, Nilma Lacerda, Paula Salnot, Paulo Emilio Azevedo, Rafael Gallo, Roberto Parmeggiani, Robson Viturino, Rodrigo Ciriaco, Rui Zink, Samuel Titan Junior, Saulo Neiva, Sheyla Smanioto, Socorro Acioli e Susanna Busato.
Fonte: Ministério da Cultura
Foto: Correio do Estado