Cia. Teatral Ofit apresenta a peça Todo redemoinho começa com um sopro

A Cia. Teatral Ofit apresenta a peça Todo redemoinho começa com um sopro nos dias 17 e 18 de dezembro, às 20h, com transmissão ao vivo pelo canal do Youtube do Sesc Mato Grosso do Sul. Inspirado na obra de Clarice Lispector, o espetáculo faz uma homenagem ao centenário de nascimento da escritora, considerada um dos principais nomes da literatura brasileira. A peça tem investimentos do Programa Municipal de Fomento ao Teatro (Fomteatro), da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo) e apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e Sesc Cultura.

 

A peça integra o projeto da Cia. OFIT Aqui Somos Todos Estrangeiros – 100 anos de Clarice Lispector, que traz a remontagem da peça No gosto doce e amargo das coisas de que somos feitos, exibida em 2007. Desta vez, a dramaturgia foi atualizada por Éder Rodrigues, a partir do universo de Clarice e dos ecos da montagem anterior.

 

De todas as peças que fizemos, sempre tivemos o desejo de revisitar esse espetáculo e quando eu li algo sobre o centenário da Clarice, eu percebi essa oportunidade. Clarice Lispector está nas entrelinhas, nos silêncios e, para o ator, isso é um desafio muito grande de composição de personagem. O ator diz uma coisa querendo dizer outra, então Clarice é desafiador nesse processo de composição, explica o diretor da peça, Nill Amaral.

 

Os ensaios e adequações da peça ocorreram todos durante a pandemia do novo coronavírus, de forma on-line, para respeitar as medidas de biossegurança descritas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A retomada desse espetáculo, para nós da Cia. Ofit, se apresentou como um desafio importante, principalmente para manter a chama do teatro acesa, para tentar responder ao momento de crise que o mundo atravessa, com os novos termos espaciais de exibição que o teatro está explorando. Colocar o teatro na fronteira entre a performance e o audiovisual demonstra um caráter inovador, além de ser um marco na construção cênica da Cia. Ofit, como foi ‘No gosto doce e amargo das coisas de que somos feitos’, pontua o diretor.

 

Na peça Todo redemoinho começa com um sopro, os personagens precisam esvaziar um imóvel após a partida da moradora. Seria um gesto simples, se não fossem os desejos engavetados, os vazios varridos para debaixo do tapete e tantas estrelas caídas na varanda. O que parecia apenas um inventário cotidiano do final de um ciclo, acaba se revelando um mergulho em cada um dos detalhes, abismos e descobertas estranhamente encaixotados. A um passo do improvável, esta história esvazia gavetas, armários e potes destinando o que ainda serve para corações necessitados de tocar a essência das coisas e o fundo das gentes. Um pouco dessa experiência de doar e ser doado, de amortecer a queda de tudo que desaba quando mal sabemos o nome da vizinha para gritar socorro.

 

No elenco estão os atores Patricia Saravy, Ligia Prieto, Luciana Kreutzer, Samir Henrique e Tamara Prantl.