Com foco na sustentabilidade e arte indígena, artista lança editorial de moda

Emilia Leal se encontrou com a arte ainda na década de 1980 e há cerca de 7 anos converge seu trabalho com a moda. O lançamento do editorial Verão Eco-Fashion da marca Emilia Leal Arte Nativa junto ao site (www.emilialeal.com) foi lançado na última semana, no dia 14 de julho (quarta-feira) para divulgação e venda das peças de moda verão.  Trabalho que já está disponível para acesso ao público na internet.

 

A live foi promovida no Instagram da marca (@emilialealartenativa). Além da artista, participou a gerente de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da Fundação de Cultura de MS, Katienka Klain, para falar sobre os trabalhos no setor de moda dentro do Estado.

Recentemente, a nova coleção ganhou notoriedade em mídia internacional, por meio da revista italiana La Conceria. Veículo em formato impresso e digital que há que há mais de um século, exatamente desde 1893, trata do consumo, do mercado, da economia, do comércio na área do couro.

 

A cada mês a revista chega às mesas de empresários e gestores de curtumes e calçados, marroquinaria e móveis, mas não só: seus leitores também são comerciantes e intermediários de couro, fabricantes de produtos químicos e de máquinas, operadores institucionais e redes comerciais. 

 

Verão Eco-Fashion 

 

O editorial tem como proposta apresentar os biquínis eco-fashion da marca Emilia Leal Arte Nativa, que são produzidos a partir da sobra de resíduos industriais de couro tratado, o que mostra que a marca preza pela sustentabilidade, utilizando um material que iria para o lixo, impactando a natureza. Os modelos possuem estampas exclusivas, inspiradas nas iconografias indígenas, pintadas à mão pela artista criadora da marca. 

 

“Esse editorial veio a calhar por dar a oportunidade de transformar o meu trabalho num comércio, já que antes eu vendia minhas peças em feiras e com a pandemia fiquei sem rumo. Agora, vou migrar para o virtual, terei como escoar minhas peças, profissionais vão meacompanhar e minha marca vai chegar a muitos lugares que antes nem sonhava”, avalia Emilia. 

 

A produção das peças é feita em parceria com pequenas artesãs de Campo Grande, que fazem o acabamento em crochê. Além disso, a estilista compra artesanatos dos indígenas sul-mato-grossenses para dar de brinde a compradores que adquirem mais de duas produções suas. 

 

“Fui pesquisando até encontrar as crocheteiras profissionais de Mato Grosso do Sul, que vendem seus produtos na Praça dos Imigrantes, no Centro da Capital. Com os indígenas, eu tenho contato desde a infância com a etnia Wajãpi, nasci em Macapá (AP) e tenho ascendência ribeirinha, fui beber nas fontes das minhas raízes. Também sou ativista da causa indígena e minhas pinturas são baseadas em sua iconografia, então mantenho essa parceria com eles para pagar e divulgar seus trabalhos”, pontua. 

 

Com todos esses cuidados na confecção, cada peça da marca é única, tendo agregado seu valor artístico ao consumo sustentável. “Temos que adquirir produtos com consciência. O momento é de reaproveitar, reciclar, deve haver essa informação no consumo”, considera a artista. 

 

Este projeto foi contemplado com recursos da Lei Aldir Blanc, através do edital Morena Cultura e Cidadania, promovido pela Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), por meio da Prefeitura Municipal de Campo Grande. 

 

História 

 

Emilia Leal Arte Nativa é a marca desenvolvida pela artista macapaense radicada em Campo Grande desde 1983. Ela começou há cerca de 7 anos, quando foi convidada a participar do coletivo Obá, em Campo Grande.  No início produzia acessórios: colares, brincos e braceletes. Com o tempo, começou a trabalhar com biquínis, que se tornou sua grande paixão. “O biquíni foi um encontro total, quero vender biquíni para sempre”, garante. 

 

Sua inspiração para o design das peças de banho são os biquínis dos anos 1970. “Gosto muito dos modelos de Lenny Niemeyer, uma das mais famosas estilistas de biquíni do Brasil. Me inspiro nela em tudo, até no modo de como vender meus produtos”, conta Emilia. 

 

Desde sua concepção a marca promove os conceitos de sustentabilidade em todas suas peças. “Temos que libertar o meio ambiente dessa tonelada de lixo que produzimos atualmente, gosto de saber que assim estou fazendo alguma coisa pelo planeta”, finaliza.