Leia crônicas sobre a vida policial escritas pelos seus próprios integrantes

 

Em homenagem ao Dia do Policial Civil, comemorado no dia 29 de Setembro, foi realizado concurso de seleção de crônicas sobre a vida policial. Houve uma seleção e as escolhidas poderão ser conferidas nesta editoria de arte e cultura do zerouminforma.com.br  (logo depois da matéria)

 

O projeto desenvolvido pela Assessoria de Gestão de Processo e Planejamento tinha como finalidade conhecermos melhor os policiais civis de nossa Instituição e aprendermos quais as experiências que mais lhe modificaram a vida.

 

A comissão escolhida (Delegado Geral, Delegado Geral Adjunto, DPI, DPE, DPE, DIP, Corregedoria, Acadepol, Sinpol e Adepol) para selecionar as melhores crônicas não teve uma missão fácil, haja vista a participação de tantos policiais, porém, após muita deliberação, as escolhidas foram:

 

Esmeralda – 7 votos – do Delegado de Polícia Ricardo Meirelles;

 

O Sonho de um Menino – 7 votos – do Investigador de Polícia Samuel Barbosa Menacho;

 

Plantão Policial – 6 votos – do Escrivão de Polícia Fernando Sérgio Gonçalez.

 

 

 

O SONHO DE UM MENINO

Imagine você, um Policial Civil com dez anos de serviço. De repente, percebe que o modelo de profissional que seu filho, uma criança de dez anos, tem a seu respeito esta totalmente distorcido da realidade que você vive.

Certa vez eu estava conversando com meu filho e ele disse:

Pai, eu estava lá na escola com meus amigos e nos estávamos conversando sobre a profissão dos pais e na hora que chegou a minha vez eu disse: “MEU PAI É POLÍCIA, ELE MATA AS PESSOAS!”

Isso me remeteu a muita coisa, em frações de segundos, em meio a várias recordações, lembrei que um dia contei a meu filho uma história que me chamou a atenção, que aquele momento foi tenso, como todo trabalho policial, mas contei de forma engraçada e que no final eu sabia que daríamos boas risadas, eu contei que:

Um dia fomos realizar uma prisão, então entramos na casa, vasculhamos todo o local e não encontramos ninguém, continuamos procurando o indivíduo, então fomos aos fundos do terreno onde havia um muro não muito alto, do outro lado havia um cão que estava sentado a certa distancia do muro, o cachorro olhava para mim e olhava para baixo, olhava para mim e olhava para baixo. Ao me aproximar percebi que a pessoa que estávamos procurando estava abaixada atrás do muro. Naquele momento percebi que o cachorro queria dizer: “Olha ali ooooô, ali! O cara que vocês estão procurando.”

 Nesse dia demos boas risadas.

 Passado aqueles milésimos de segundos voltei em mim, eu estava ajoelhado, na altura do meu filho, o abraçando e em prantos disse:

 “Não meu filho, os Policiais não matam as pessoas, os Policiais protegem as pessoas!”

A partir daquele dia todas as vezes que alguém pergunta para meu filho, o que você quer ser quando crescer? Ele diz:

“EU SONHO SER UM POLICIAL, PORQUE EU QUERO PROTEGER AS PESSOAS!”

 

 

Samuel Barbosa Menacho/Investigador de Polícia Judiciária